Olá pessoal, a última tarefa da disciplina "Criação de exercícios online" é sobre a criação de uma
história em quadrinhos.
Eu AMO este tema, já até publiquei um artigo sobre ele
e o apresentei no VII Encuentro de
Profesionales de Español
– II Seminario APEMG em 2010. Disponibilizei abaixo o artigo para vocês.
Abraços.
Referências:
BORONI, Kátia.¿Tú o vos?: O uso da linguagem formal e informal em histórias em
quadrinhos da Espanha e Argentina. In:AMARAL, Eduardo Tadeu Roque (Org.).
Estudos Hispânicos: língua, ensino e
literatura. Belo Horizonte: APEMG, 2010. CD-ROM.
Esta página foi elaborada por Thalita Cunha, Eliane Diniz, Kátia Boroni e Alinaira Castro, atendendo a disciplina “Criação de Exercícios Online” do curso de Especialização “Ensino de Línguas Mediado por Computador” UFMG - 2012.
A WebQuest é uma atividade didática para os ensinos Fundamental, Médio e Superior para incluir nas aulas a Internet, em especial a busca de informação na Rede. Pode desenvolver o pensamento reflexivo e crítico dos alunos, como também estimular a sua criatividade.
O principal objetivo da WebQuest é desenvolver a pesquisa dos alunos em sites da Internet com critérios e perguntas especificadas pelos professores. A busca pode ser realizada em grupos ou individualmente, conforme o tempo disponível, o tema curricular abordado e a idade dos alunos.
Pelas WebQuests, propõem-se aos alunos a resolução de um determinado problema e ao finalizar a tarefa, eles expõem de algum modo suas conclusões.
DIAS,
R. Webquests no processo de aprendizagem de L2 no meio on-line. In: MENEZES,
V.L. (Org.). Interação e aprendizagem em ambiente virtual. Belo
Horizonte: Editora da UFMG, 2010. p. 359-394.
a) Qual a relação que podemos estabelecer entre a visão do experiencialismo Future Learning Landscapes?
Pela proposta do texto Future Learning Landscapes o aluno aprende ao interagir com os conteúdos didáticos, através da customização, colaboração e personalização, entre outros. Paiva (2010) propõe o mesmo pelo experiencialismo, onde diz que o conhecimento se assemelha a uma rede, criando interações e participações, nos mostrando que os alunos são experimentadores, e que possuem um papel ativo na construção do seu conhecimento.
b) De que maneira as visões apresentadas podem jogar luz à elaboração de material online?
Ao criarmos um material online temos que criar materiais interativos e dinâmicos. Não podemos trabalhar apenas com pdfs e docs, mas sim com vídeos, atividades interativas em sites, etc. As ferramentas que estamos utilizando nesta disciplina são muito interessantes e permitem exatamente este trabalho interativo, em que o aluno irá participar ativamente do seu aprendizado não apenas recebendo conteúdos, mas criando, produzindo o seu material.
c) Qual visão epistemológica você tem utilizado para desenvolver materiais para a sua prática?
Creio que todo professor acaba passando pelos três momentos. Quando começamos a lecionar temos a tendência de seguir o modelo dos nossos professores, o do objetivismo. Com o tempo começamos a querer ousar e criar atividades mais subjetivas, que levem o aluno a construir o seu conhecimento. O último passo é o do experiencialismo, que estamos buscando através deste curso, pois com a tecnologia este nos parece ser o caminho não do futuro, mas de hoje. Pessoalmente trabalho hoje com as três visões, pois acredito que a escolha entre uma e outra deve ser tomada cuidadosamente, de acordo com os objetivos didáticos e com o perfil do curso e do aluno. Como há diferentes tipos de aprendizes, há aqueles que aprendem melhor com atividades de uma ou outra visão, então em alguns casos começo o trabalho com uma atividade objetiva e depois passo para a subjetiva. Com outros alunos já posso começar pela subjetiva e avançar para a experiencialista. Pessoalmente prefiro a visão experiencialista, e quero trabalhar cada vez mais com ela, e por isso estou aqui neste curso, aprendendo com vocês.
d) De que maneiras as visões aqui discutidas e o texto de Prensky (2001) podem nos auxiliar a desenvolver materiais mais atraentes para os nossos alunos?
Primeiramente nos mostrando que temos que criar atividades que realmente estejam de acordo com a pedagogia 2.0, e não apenas dar uma roupagem mais moderna e atraente as velhas atividades objetivistas. O caminho a ser seguido é o da participação do aluno nas atividades, onde ele pode criar, participar ativamente do seu processo de aprendizagem.
Referências:
MCLOUGHLIN, C. LEE,
M. J. W.. Future
Learning Landscapes: Transforming Pedagogy through Social
Software. Disponível em:
PAIVA, Vera Menezes. Ambientes virtuais de aprendizagem: implicações epistemológicas Educação em Revista, v. vol.26, n. 30 p. 353-370, 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/edur/v26n3/v26n3a18.pdfAcesso em: 18/11/2012
PRENSKY,
Mark. Digital natives, digital immigrants. On the Horizon, v. 9, n. 5, 2001. Trad.
Roberta de Moraes Jesus de Souza.ta DIM
UAB nº 16.
A web2.0 trouxe mudanças importantes no perfil dos seus usuários, que antes eram passivos e agora se tornam ativos, tendo a possibilidade de customizar, personalizar, interagir e colaborar com o seu conteúdo. Os alunos de hoje são usuários nativos desta tecnologia, e para atender as suas necessidades foi criado o conceito de pedagogia 2.0, que integrada com a web 2.0 permite um ensino diferenciado, com uma abordagem conectivista, levando os alunos à uma maior autonomia de aprendizagem, como ativos produtores de conhecimento. É muito importante que os professores utilizem as novas ferramentas como facebook, blogs, podcasts entre outros, se integrando ao mundo dos seus alunos e criando tarefas que sejam significantes e relevantes às demandas desta nova sociedade digital. Os entraves à adoção da pedagogia 2.0 são principalmente a dificuldade dos professores imigrantes digitais (Prensky 2001) se integrarem ao mundo digital e criarem atividades que sejam aceitas pelos seus alunos, sem resistência ou preconceito; e a falta de conhecimento dos alunos sobre questões como direitos autorais e propriedade intelectual.
Referências:
Future Learning Landscapes by Catherine McLoughlin and Mark J. W. Lee
PRENSKY, Mark. Digital natives,
digital immigrants. On the
Horizon, v. 9, n. 5, 2001.
Trad. Roberta de
Moraes Jesus de Souza.
What Makes a Digital Native?
For starters, they take technology for granted, says author Marc Prensky.
Vídeo sobre a WEB 2.0
Jordi Adell Segura
entrevistado por Maria Domingo Coscollola para la revista DIM UAB nº 16.
Acredito que as TICs podem facilitar muito o ensino de qualquer conteúdo, bastando para isso o interesse e a dedicação do professor. Qualquer conteúdo pode ser enriquecido com o uso da internet, de vídeos, apresentações em ppt, etc. O planejamento destas aulas interativas e tecnológicas é muito mais trabalhoso para o professor, exigindo muitos conhecimentos em informática e tempo para o seu desenvolvimento. Os resultados, porém compensam todo o esforço, pois se bem planejadas estas aulas motivam os alunos e os permitem aprender de maneira mais rápida e motivada. De acordo com Paiva (2010), “devemos nos apropriar rapidamente da tecnologia que nossos alunos utilizam em sua vida cotidiana de forma a diminuir a lacuna existente entre a cultura escolar e o mundo ao seu redor”.
Já havia comentado na primeira disciplina do curso o caso da pequena cidade de Teruel, Espanha, que utiliza computadores tablet nas salas de aula. Esta experiência espanhola tem dado resultados muito promissores, pois está alterando não só a realidade dos alunos, mas também de suas famílias, já que os filhos passam a ensinar os pais a utilizarem as novas ferramentas em suas vidas. De acordo com o vídeo abaixo, esta iniciativa está proporcionando a estes alunos afastados das grandes metrópoles a inclusão social e maior acesso a informação.
É importante propor atividades motivadoras e interessantes para os alunos, e que estejam adequadas ao conteúdo e aos objetivos do professor. Não adianta propor uma atividade em PowerPoint que poderia ser entregue impressa sem nenhuma alteração. Os avatares são muito interessantes para as aulas de língua estrangeira, onde o aluno poderá criar o seu avatar e colocar o aúdio para a realização de diversas atividades, como se apresentar, falar sobre gostos, sobre as últimas férias, etc.O podcast pode ser uma excelente atividade de para casa, onde o aluno pode gravar a sua voz invés de apenas escrever um parágrafo sobre o tema proposto. O importante é encontrar o equilíbrio entre o ensino tradicional e o ensino mediado pelo computador.
Jorge Luiz Borges em seu conto “O
livro de areia” cria uma metáfora sobre o processo de leitura de um livro.
Muitos estudiosos acreditavam que só existia uma leitura possível de um texto,
e que esta leitura seria universal, ou seja, não variaria de acordo com o seu
leitor. Hoje sabemos que o processo de construção de significado de um texto é
complexo e que é o leitor quem produz um sentido ao texto lido, de acordo com o
que está escrito, mas também de acordo com a sua vivência pessoal, seus
conhecimentos prévios, o contexto sócio histórico da sua leitura, entre vários
outros. Borges nos mostra que a leitura é viva, que o mesmo livro nunca é lido
da mesma forma, que a cada nova leitura se percebe algo novo nas mesmas linhas,
se produz um sentido diferente, pois o seu leitor já não é mais o mesmo.
O livro de areia de Borges tem
muitas características semelhantes aos hipertextos, pois a leitura hipertextual
nunca se dá da mesma maneira, cada leitor escolhe o caminho da sua leitura, de
acordo com a sua seleção de links. Além disso, a internet está em constante
mutação, novos sites são criados enquanto outros desaparecem exatamente como as
páginas do livro de areia, o que torna a leitura hipertextual única.
O vídeo Helpdesk demonstra como uma novidade pode causar estranheza e
desconfiança em seus novos usuários. Ele
mostra um homem que está acostumado com a leitura de pergaminhos, e que sente
resistência e dificuldade em compreender como se organiza e se utiliza um livro.
Mesmo que a situação seja exagerada por se tratar de um vídeo de humor, não
deixa de retratar a realidade dos dias de hoje, pois é muito comum um usuário
de tecnologia se ver com dúvidas sobre como começar a usar um novo smartphone,
tablet ou computador.
A evolução tecnológica acompanha
a evolução da sociedade, e novas necessidades criam novas soluções, ferramentas
ou aparatos, porém estas novidades nem sempre são facilmente aceitas ou
aprendidas pela população. A falta de conhecimento não é a única causa desta
resistência, temos também outros fatores como a falta de interesse, a
resistência pelo novo ou até mesmo o sentimento de não ser capaz de aprender
algo que se considera muito avançado.
Mesmo antes da era da informática
já havia esta dificuldade em aceitar o novo. Paiva (2010) fala sobre a
dificuldade da implantação dos livros nas escolas, causado primeiramente pelo
seu alto valor monetário, mas especialmente pelo seu controle e até mesmo
censura pelo governo e igrejas. A autora ainda fala sobre como os professores
de idiomas também resistiram fortemente ao uso de livros em sala de aula, o que
nos mostra que a dificuldade no uso de novas ferramentas aliadas à educação não
é um tema novo.
Prensky (2001) classifica a
população de hoje em nativos digitais,
os jovens nascidos no início da década de 90 e que cresceram acompanhando o
desenvolvimento tecnológico; e os imigrantes
digitais, que participam deste desenvolvimento, mas sem a mesma facilidade
e naturalidade. A tecnologia mudou as práticas sociais de todas as pessoas, mas
os nativos digitais utilizam desde cedo todas as possibilidades proporcionadas
por este avanço tecnológico, especialmente nas áreas da comunicação e da
diversão, e com isso eles processam as informações de maneira diferente: “Os nativos digitais estão acostumados a
receber informações muito rapidamente. Eles gostam de processar mais de uma
coisa por vez e realizar múltiplas tarefas” (PRENSKY, 2001).
Ainda segundo Prensky (2001) um
aluno de hoje de graduação teria passado pelo menos 10.000 horas de sua vida
jogando vídeo games, e apenas 5.000 horas lendo. Por causa do uso intenso de
computadores, celulares, e-mail, internet, os alunos de hoje “pensam e processam as informações bem
diferentes das gerações anteriores”. Já os imigrantes digitais alteraram a
sua rotina e passaram a utilizar as novidades tecnológicas, porém com o que o
autor chama de sotaques, como
imprimir um e-mail, ou escrever a mão um texto e depois digitá-lo.
As novas invenções muitas vezes
substituem as antigas, Paiva (2010) diz que muitas tecnologias aparecem e somem
muito rápido, não sendo possível serem integradas totalmente às nossas vidas,
como é o caso dos antigos floppy disks
ou disquetes. Porém outras vezes o antigo consegue sobreviver juntamente com o
novo, pois ainda há espaço e necessidade para o uso de ambos.
Gostaria de comentar o
excelente vídeo Book que através de uma paródia muito
bem feita de um comercial de televisão, nos apresenta o livro como uma nova
invenção, ainda desconhecida pela população. O apresentador ao descrever as
características deste revolucionário produto chamado BOOK, demonstra a sua
superioridade em relação aos e-book
readers, leitores de livros digitais como o Kindle da Amazon ou o IPAD da Apple. O humor do vídeo é
exatamente a inversão dos papéis, pois hoje há inúmeras propagandas tentando
nos convencer de que os e-book readers são
melhores do que os livros físicos de papel. A forma como o Book é apresentado é
muito interessante, pois é descrito como: “uma
revolucionária ruptura tecnológica, sem cabos, sem circuitos elétricos, sem
bateria, sem necessidade de conexão.”
Por mais que a tecnologia altere
as nossas práticas sociais, não podemos pensar em uma simples substituição de
algo velho e ultrapassado por algo novo e moderno. Há que se ter cuidado em adotar as novas tecnologias, não
se deixando levar nem pela resistência extrema e nem pela veneração. É este
equilíbrio na adoção das novas tecnologias que os dois vídeos Helpdesk e Book nos propõem através do seu humor inteligente.
Referências:
PAIVA, V. L. M. O. A tecnologia
na docência em línguas estrangeiras: tensões e convergências. In: Lucíola
Licínio de Castro Paixão Santos. (Org.). Convergências e tensões no campo da
formação e do trabalho docente. Belo Horizonte: Autêntica, 2010, v. V, p.
595-613.
Disponível em
<http://www.veramenezes.com/endipe.pdf>
PRENSKY,
Mark. Digital natives, digital immigrants. On
the Horizon, v. 9, n. 5, 2001.